top of page
Buscar

Ai, que preguiça....

  • Foto do escritor: macunaima2015
    macunaima2015
  • 23 de out. de 2015
  • 2 min de leitura

Macunaíma foi considerada a obra mais importante da primeira fase do modernismo brasileiro. Causou espanto porque trazia personagens idealizados de maneira completamente daqueles apresentado por autores românticos.


Mario de Andrade pensou em um livro que fosse moderno, com vocabulário coloquial, e faz com que o leitor se aproxime da narrativa, embora tenha várias palavras indígenas que desconhecemos. Em seis dias, o autor escreveu o livro. Inicialmente foram apenas 800 exemplares porque não havia editora. Ele escreveu o livro de um jeito bem ao gosto de Macunaíma, deitado em uma rede, em uma chácara de Araraquara, São Paulo.


A história de Macunaíma surge através do real e o fantástico, em uma mistura de lendas e folclores brasileiros. O personagem principal - Macunaíma - é considerado um “herói sem nenhum caráter”, ou seja, ele não se enquadra no heroísmo, porque faz tudo contra a lei, come sem trabalhar, xinga, quer levar vantagem em tudo, é preguiçoso, ele tem até um caso com a esposa do irmão dele, mas mesmo fazendo tudo isso ainda o admiram. O nome Macunaíma é uma fusão de maku (mau) e ima (grande).


Trata-se de uma narrativa mítica, em que o tempo e o espaço não estão precisamente definidos, tendo como base a realidade. O espaço privilegiado é o território brasileiro e o tempo da narrativa é indefinido.


Quando era criança, Macunaíma demorou para falar. E quando conversavam com Macunaíma, ele apenas exclamava “ai que preguiça!!!!”.


Macunaíma morre em vão, sem defender nada, a não ser seus próprios interesses. Apesar de carregar traços de herói como a sua ligação com a mãe natureza, mágica, ter uma sorte incrível, ele não defende seu povo, briga com seus irmãos, tira o sustento deles, mente e ainda dá em cima de mulheres comprometidas.


Acontece muitas coisas bizarras com Macunaíma, ele nasce negro, mas se banha em uma fonte mágica, que vai transformá-lo em um homem branco, louro e de olhos azuizinhos. Seu irmão Jiquê percebeu o milagre da fonte e quis se lavar também, mas água já estava muita suja e ele só conseguiu uma cor de bronze novo, Jiquê jogou toda a água para fora e só restou um bocado lá no fundo e Maanape só conseguiu molhar só a palma dos pés. A cultura miscigenada do nosso país que é mistura de raças com negros, índios e brancos são características discordantes como modelo idealista no passado.


Macunaíma não tem caráter, segundo Mário de Andrade, porque é privado de características culturais e psicológicas definidas ou constantes, e por isso que a ação do livro tanto ressalta suas contradições ou ausência de lógica e coerência psicológica. Então Macunaíma é valente e covarde, mentiroso e sincero, preguiçoso mas movido por uma vitalidade.


Macunaíma para Mário de Andrade era um representante do Brasil, ou seja, suas características eram como de um brasileiro. Ganancioso, preguiçoso e acha que tudo o que quer irá cair do céu.


https://www.youtube.com/watch?v=qu84HhnU_sE


 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Reações que a Semana gerou

Uma breve "encenação" que busca retratar duas possíveis reações que a Semana de Arte Moderna de 1922 causou no seus espectadores.

 
 
 
MODERNISMO BRASILEIRO

A Klaxon - Mensário de Arte Moderna - foi a primeira revista Modernista do Brasil e começou a circular logo após a realização da Semana de Arte Moderna. O primeiro, dos seus nove números, foi publicado em 15 de maio de 1922 e o último em janeiro de1923. A palavra Klaxon, segundo o Dicionário, é de origem inglesa e seu significado é "Buzina de Automóvel". Por isso e por estar sempre aberta à experimentação, pode-se dizer que a Klaxon anunciava, de forma barulhenta, as novidades do mundo moderno.
O principal propósito da revista foi servir de divulgação para o movimento modernista, e nela colaboraram nomes como Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Sérgio Buarque de Holanda, Tarsila do Amaral e Graça Aranha, entre outros artistas e escritores. Além disso, também eram publicados ensaios, crônicas, críticas de arte, piadas, gravuras e anúncios sérios como os da "Lacta", que contrastavam com anúncios satíricos como os da "Panthosopho, e Pateromnium & Cia", uma empresa que fabricava sonetos. A revista Klaxon foi inovadora em todos os sentidos: gráfico, existência de publicidade, oposição entre o velho e o novo. O edital do primeiro número da revista, assinado por vários colaboradores, afirmava os caminhos que os modernistas pretendiam seguir. (Fonte: http://semanadaartemoderna.blogspot.com.br/2007/04/manifestos-e-revistas2.html)

Abaporu é uma clássica pintura do modernismo brasileiro, da artistaTarsila do Amaral. O nome da obra é de origem tupi-guarani que significa "homem que come gente" (canibal ou antropófago), uma junção dos termos aba (homem), pora (gente) e ú (comer).
bottom of page