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Oswald de Andrade, um agitador

  • Leandra Monteiro
  • 23 de out. de 2015
  • 2 min de leitura

Algum de vocês já foi acusado de não seguir regras? De querer ir de encontro a algum sistema estabelecido? Ou até mesmo de criticar quase tudo o que vê pela frente? Quem sabe você não pensa como os poetas modernistas da primeira fase?


Os poetas do Modernismo da primeira fase são conhecidos como iconoclastas, aqueles que não seguem regras, por usarem seus textos como crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais, visam a reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais. Por isso, os textos estão relacionados com a visão nacionalista, porém crítica, da realidade brasileira.


Entre esses artistas, quem se destacou foi Oswald de Andrade. Oswald de Andrade era um contestador na época dele. A irreverência e contestação de Oswald de Andrade deram forma, no Brasil, ao que depois veio a ser a figura do “agitador cultural”. Ao longo de sua vida, o escritor sempre trabalhou com a realização de eventos multi-facetados, promoveu a cultura e a arte brasileiras através de textos, manifestos, polêmicas e provocações que tensionaram o próprio fazer artístico nacional.


O escritor nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. De família abastada, Oswald, em 1909 inicia sua vida no jornalismo como redator e crítico teatral do “Diário Popular”, assinando a coluna "Teatro e Salões". Ingressa na Faculdade de Direito.


Em 1912 fez sua primeira viagem à Europa. Em Paris, encontrou o futurismo e Kainá, mãe de seu primeiro filho nascido em 1914. De volta a São Paulo, alugou um apartamento,o local era frequentado por muitos intelectuais, entre eles: Monteiro Lobato, Guilherme de Almeida e Mário de Andrade. Em 1917 sua revista é fechada. Nesse mesmo ano, em sua coluna no Jornal do Comércio defende Anita Malfatti das críticas de Monteiro Lobato.


Oswald de Andrade tornou-se o principal divulgador da renovação literária no Brasil. Foi muito importante o seu papel na Semana de Arte Moderna de 22, e nos anos de afirmação modernista. Nesse mesmo ano, faz sua segunda viagem à Europa. Em Paris, na Sorbonne, dá a conferência “O Esforço Intelectual do Brasil Contemporâneo”.


O artista lançou em março de 1924, um dos mais importantes manifestos do Modernismo "Manifesto Pau-Brasil", publicado no Correio da Manhã. Explicando o nome do manifesto, o autor diz "Pensei em fazer uma poesia de exportação. Como o pau-brasil foi a primeira riqueza brasileira exportada, denominei o movimento Pau-Brasil".


Em 1925 Oswald de Andrade lança o livro de poemas "Pau-Brasil", em que põe em prática os princípios propostos no manifesto. O livro Pau-Brasil foi ilustrado por Tarsila do Amaral e apresenta uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil.


Em 1926 casa-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos depois, radicalizando o movimento nativista, o seu "Manifesto Antropofágico" propõe que o Brasil devore a cultura estrangeira e crie uma cultura revolucionária própria. Nessa época, rompe com Mário de Andrade, separa-se de Tarsila do Amaral e casa-se com a escritora e militante política Patrícia Galvão, a Pagu. Em 1944, mais um casamento, com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem teve duas filhas e permanece casado até o fim de sua vida.


José Oswald de Sousa Andrade morreu em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.


Fontes:

http://www.elilopes.pro.br/capte/index.php/area-do-aluno/163-investigando-o-modernismo-1-fase

http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/oswald-de-andrade-e-herancas-do-modernismo-no-brasil

http://www.e-biografias.net/oswald_andrade/


 
 
 

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A Klaxon - Mensário de Arte Moderna - foi a primeira revista Modernista do Brasil e começou a circular logo após a realização da Semana de Arte Moderna. O primeiro, dos seus nove números, foi publicado em 15 de maio de 1922 e o último em janeiro de1923. A palavra Klaxon, segundo o Dicionário, é de origem inglesa e seu significado é "Buzina de Automóvel". Por isso e por estar sempre aberta à experimentação, pode-se dizer que a Klaxon anunciava, de forma barulhenta, as novidades do mundo moderno.
O principal propósito da revista foi servir de divulgação para o movimento modernista, e nela colaboraram nomes como Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Sérgio Buarque de Holanda, Tarsila do Amaral e Graça Aranha, entre outros artistas e escritores. Além disso, também eram publicados ensaios, crônicas, críticas de arte, piadas, gravuras e anúncios sérios como os da "Lacta", que contrastavam com anúncios satíricos como os da "Panthosopho, e Pateromnium & Cia", uma empresa que fabricava sonetos. A revista Klaxon foi inovadora em todos os sentidos: gráfico, existência de publicidade, oposição entre o velho e o novo. O edital do primeiro número da revista, assinado por vários colaboradores, afirmava os caminhos que os modernistas pretendiam seguir. (Fonte: http://semanadaartemoderna.blogspot.com.br/2007/04/manifestos-e-revistas2.html)

Abaporu é uma clássica pintura do modernismo brasileiro, da artistaTarsila do Amaral. O nome da obra é de origem tupi-guarani que significa "homem que come gente" (canibal ou antropófago), uma junção dos termos aba (homem), pora (gente) e ú (comer).
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