Principais obras de Oswald de Andrade
- Leandra Monteiro
- 23 de out. de 2015
- 2 min de leitura
Oswald de Andrade é um autor modernista. Suas obras são caracterizadas por introduzir na literatura uma linguagem coloquial. Foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna realizada em 1922, em São Paulo, um evento que marcou o inicio do modernismo brasileiro.
Oswald defendia a valorização de nossas origens e de nosso passado. O escritor buscava a cultura que não era tradicional, queria romper com o convencionalismo. Revoltou-se contra a poesia que se limitava a obedecer e copiar certas fórmulas e padrões consagrados pelos tradicionalistas.
O autor focava na liberdade, na forma e no conteúdo do artístico.
‘‘Como poucos, eu conheci as lutas e as tempestades. Como poucos, eu amei a palavra liberdade e por ela briguei’’.
Características do movimento:
- liberdade de expressão (despreocupação com tendências temáticas)
- incorporação do cotidiano
- linguagem coloquial
- inovações técnicas (despreocupação com regras estilísticas)
- ambigüidade
- paródia
Características das obras do autor:
- revolução estética.
- movimento demolidor e sarcástico, mais pitoresco do que profundo.
- sentido tropicalista, desmistificador.
Canto de regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
O Gramático
Os negros discutiam
que o cavalo sipantou
Mas o que mais sabia
Disse que era
Sipantarrou
Azorrague
– Chega! Paredoa!
Amarrados na escada
A chibata preparava os cortes
Para a salmoura
Relicário
No baile da corte
Foi o conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí
Foi criada uma música "Qualquer" (Arnaldo Artunes) baseada no poema Relicário .
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